
Se os problemas de mobilidade
urbana da cidade de São Paulo já se tornaram assunto corriqueiro na mídia e em
conversas entre os paulistanos, é surpreendente saber que a capital não é a campeã
dos problemas de mobilidade. Em um levantamento feito entre 13 capitais
brasileiras que avaliou como está a sinalização para os pedestres, ciclistas e
usuários de transporte público, São Paulo ficou em quinto lugar no ranking e
obteve média 3,8, em uma escala de 0 a 10.
As 13 capitais brasileiras
mostraram-se deficientes nesse tipo de infraestrutura. O levantamento foi
realizado pelo portal Mobilize Brasil, especializado no assunto mobilidade
urbana sustentável, entre os meses de junho e julho deste ano. A capital
paulista recebeu um total de 48 avaliações realizadas por voluntários que
participaram de uma campanha chamada Sinalize!
Houve avaliações positivas em
determinados quesitos. São Paulo mostrou alguns pontos com excelente
sinalização, como as constatadas nas estações do metrô. Quanto à sinalização
nas ruas, a cidade obteve uma boa média na avaliação de semáforos de pedestres
e o trabalho constatou que há faixas de segurança em quase todas as esquinas
mais movimentadas.
Entre as principais falhas, a
capital paulista peca pela sinalização quase inexistente nos pontos de ônibus,
e na orientação nas ruas sobre qual caminho pedestres e ciclistas devem seguir.
Em geral, as placas existentes são quase todas dirigidas aos motoristas de
automóveis, não há indicação adequada para pedestres ou ciclistas, o que
contribui para o aumento da chance de acidentes.
A pesquisa apurou também que algumas mudanças
aconteceram graças à Copa do Mundo porque a prefeitura implantou placas e
tótens com mapas de localização voltados aos pedestres. Essa intervenção,
porém, acabou limitando-se à área central de São Paulo e às áreas próximas aos
pontos de passagem de turistas e torcedores.
A capital com melhor posição no
ranking foi Curitiba (PR), que recebeu nota 5,4, seguida pela cidade do Rio de
Janeiro, com média 4,6. A pior avaliação ficou com Manaus (AM) que fechou com
média negativa de 0,7.
“O objetivo desse primeiro levantamento
é chamar a atenção das autoridades e da opinião pública para a precariedade da
sinalização voltada a quem não anda de automóvel. No Brasil, os passageiros
chegam aos pontos de ônibus e não encontram nada que indique quais linhas de
ônibus passam ali, a que hora passam e quais são seus itinerários. E também não
há sinalização para ajudar os pedestres a encontrar os melhores caminhos ou
para indicar os principais pontos de referência da região. Assim, quando podem,
as pessoas preferem sair de carro, aumentando os congestionamentos urbanos”,
explica Eduardo Dias, coordenador da campanha Sinalize!
O levantamento foi baseado em 372
avaliações, sendo 123 de ciclistas, 128 de pedestres e 121 de usuários do transporte
coletivo. Foi realizado em 25 cidades, mas destacou as 13 capitais que fizeram
parte da pesquisaFonte Transporte Midia
Nenhum comentário:
Postar um comentário