terça-feira, 24 de novembro de 2015

Novo presidente da Volvo veio da Scania

Desde outubro, o Grupo Volvo tem novo presidente e CEO, com assento na cidade de Gotemburgo, Suécia. Uma troca normal, se ele não tivesse saído da concorrente Scania. Como vale o talento…
Luciano Alves Pereira
Revista Carga Pesada


Há um ano e meio, a Cevian Capital AB, importante acionista do Grupo Volvo, disse à agência de negócios americana Bloomberg, que “os ramos da Volvo são intrincados e requerem foco afinado, detalhe em que a companhia sueca não caprichou no passado”. Foram palavras de Christer Gadell, principal executivo da Cevian. Na realidade ele queria registrar que a operação mundial da Volvo estava trabalhando “com margens mais reduzidas do que, por exemplo, as da Scania (hoje controlada pela VW alemã) e as da americana Paccar.
Na troca de Casas suecas, Lundstedt pôs nos ombros as pesadas expectativas dos acionistas
Foi uma crítica ao trabalho de Olof Persson, então diretor-presidente do Grupo Volvo. Em um ano, as palavras mostraram força: Persson ficou sabendo que seria substituído por Martin Lundstedt. Até aí, a fila andou. No entanto, anunciado o nome do sucessor, veio a repercussão no meio, especialmente entre os fabricantes de caminhões.  Lundstedt não é ninguém menos que o ex-presidente e ex-CEO da Scania.  Ou seja, ele saiu do principal posto da concorrente, direto para a mais alta posição da Volvo. Direto não. Teve de cumprir quarentena de seis meses como manda o protocolo. E começou na nova empresa em outubro (22), quando houve evento todo paramentado perto de Gotemburgo, cidade sede da Volvo.
Imaginando quanto custou essa contratação, vem a pergunta: por que cargas d’água, o Grupo Volvo decidiu pelo senhor Lundstedt? Não seria só por sua juventude… Ele tem 48 anos de idade e entrou na Scania em 1992, como estagiário. Esteve no Marketing, assumiu a fábrica de caminhões de Les Angers, na França e retornou à Suécia. Em setembro de 2012 sucedeu ao legendário Leif Ostling, como CEO. Sim, sua carreira foi meteórica. Vista não apenas pelos colegas corporativos. Por gente de fora também. E o interesse externo o levou para o Grupo Volvo, “na busca de maior lucratividade para a Casa”, conforme opinião da publicação americana HDT. Foi uma espécie de materialização dos comentários da acionista Cevian Capital. No pano de fundo, aparece o falado processo produtivo da Scania, o qual requer menos peças, componentes e conjuntos, em prol de custos mais baixos. Uma forma engenhosa de fabricar caminhões, que marcou os balanços da Scania sempre no azul por décadas.
Lundstedt, segundo a HDT, terá uma maratona de visitas, para se tornar familiar ao mundo Volvo.  No gatilho, “mudanças e sintonia das marcas afiliadas”. E não é pouca coisa. Como braços da controladora estão a Mack, Renault e UD. Estas em caminhões on-road. A Dongfeng chinesa entrou no time através de joint venture. Na Índia, a Eicher Motors (veículos comerciais e motos); nos EUA, a Polaris Industries. Tem mais: Volvo e Terex (equipamentos e veículosoff-road). Voltando a mira para ônibus, surgem as marcas Prevost, Nova, UD e Sunwin. Com a Volvo Penta, seu ramo marítimo, fecha-se o conglomerado.

Legenda:
FONTE CARGA PESADA

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